quarta-feira, 5 de maio de 2010

MANCHETAMOS O JORNAL




Megaoperação no Barreiro

Edição de 05/05/2010


“Força pela Paz” deteve 40 suspeitos, autuou mais de 20 em flagrante, apreendeu adolescentes e drogas
Quarenta suspeitos de ligação com o tráfico de drogas foram detidos em seis horas da operação "Força pela Paz", realizada ontem pela manhã, na área do Barreiro e adjacências, pelo Grupo de Polícia Metropolitano (GPM) e Ronda Tática Metropolitana (Rotam). Os suspeitos foram conduzidos até a Delegacia do Marco, onde, só até o início da noite de ontem 22 pessoas, inclusive, cinco mulheres, foram autuadas em flagrante por tráfico de entorpecentes e porte ilegal de arma (um revólver calibre 38). Quatro menores de idade foram apreendidos e encaminhados para a Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data).


O número de presos pode ser ainda maior, já que o levantamento sobre os outros suspeitos continuou ao longo da noite. Grande quantidade de pasta base de cocaína, petecas de pasta de cocaína, maconha prensada e material utilizado para fabricação de entorpecente, incluindo duas balanças, sacos plásticos cortados e colheres de medição, foram apreendidos pelos policiais, coordenados pelo comandante da Rotam, major Neil, e pelo coordenador do GPM, delegado Éder Mauro. Dois carros e uma moto também foram apreendidos. "Essa operação, a ‘Força pela Paz’, vai ter continuidade", afirmou Éder Mauro. A operação foi organizada para prevenir e combater ações do tráfico, relacionadas a homicídios, latrocínios e outros crimes, como salientou o major Neil.


O trabalho nas ruas do Barreiro, iniciado às 6 horas, só se encerrou às 12 horas. A chegada dos acusados à Delegacia do Marco, ontem à tarde, atraiu a atenção de vários curiosos na esquina da avenida Almirante Barroso com a travessa Perebebuí, devido ao grande número de suspeitos descendo das viaturas e se deslocando até os fundos da unidade policial, bem como ao transporte do material apreendido. Em seguida, começaram a ser feitos os procedimentos policiais, na presença da policiais civis e militares.

Acusado de matar pastor foi capturado

Entres os presos na operação de ontem está Giovani Barros Queiroz, acusado de ter assassinado o pastor Antônio Carlos Mota, em dezembro do ano passado, na igreja evangélica Assembleia de Deus, na passagem Stélio Maroja. Na ocasião, ele chegou a levar R$ 2.500 da igreja. Além dele, outros criminosos considerados de alta periculosidade foram pegos pela polícia. Entre eles, os acusados de tráfico Mário Elenilson Rodrigues da Silva, 35 anos, José Edmilson Pantoja, o "Branco", 35, e uma mulher de prenome Jaqueline, que foi detida quando estava em um Fiat Punto vermelho, de placas JVN - 1591, na avenida Pedro Álvares Cabral. Ela é acusada de participar do tráfico de cocaína e pedra de oxi no Barreiro.

Com os presos foram encontradas pedras de oxi, cocaína, material de refino de droga, dinheiro, aparelho de televisão e vales para cobrança de pagamento que, segundo o comandante geral da PM, o coronel Augusto Leitão, se transformam nos famosos homicídios por acerto de contas. Alguns eram de apenas R$ 20,00. "Quando algum usuário de drogas não paga o que consumiu, ele assina sua sentença de morte", explicou.

Trabalho nas ruas reuniu 250 policiais e dever ter continuidade

A ocupação também foi realizada por 250 policiais em parte do Telégrafo; no canal da Pirajá, na Sacramenta; além do bairro do Barreiro. A Operação "Força pela Paz" foi iniciada com base em mandados de busca e apreensão, denúncias pelo número telefônico 181 e também por meio de dados estatísticos de violência coletados pela PM e Polícia Civil. Para a realização da operação, foram necessários, pelo menos, 30 dias de investigação.

O foco da operação "Força pela Paz" foi o tráfico de drogas, responsável pelos assaltos a população, segundo o delegado geral de Polícia Civil, Raimundo Benassuly, já que os consumidores de entorpecentes roubam para sustentar o vício, e também pelos latrocínios - roubo seguido de morte. "Desde abril estamos investigando as mortes por execução em toda a Região Metropolitana de Belém. E pretendemos continuar com a operação", afirmou.

De acordo com o secretário de segurança pública do Pará, Geraldo José de Araújo, o Barreiro foi escolhido por sem um bairro já conhecido da população pelo grande índice de violência. "Com o combate frequente ao tráfico de drogas, pretendemos melhorar a qualidade de vida dos que vivem em Belém. Não abrimos mão de deter os que praticam a violência. Em especial, na rua do Fio e no canal do Barreiro", ressaltou.


TEXTO: TAINA AIRES

EDUARDO E GLEYDSON SOUZA


FOTO: ARY SOUZA E HENRIQUE FELICIO

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