sexta-feira, 22 de maio de 2009

Moradores do residencial entraram em confronto com a polícia



O conjunto do Basa virou palco de confronto durante a abertura do conjunto ontem à tarde. A Prefeitura Municipal de Belém (PMB) abriu o acesso ao residencial, com o uso da força policial de 60 homens do Grupamento Especial da Guarda Municipal, para dar início à obra de prolongamento da avenida Tavares Bastos até a João Paulo II.
Caminhões e tratores de uma empresa contratada pela prefeitura amanheceram no local. Desde cedo, moradores aguardavam nos fundos e na entrada do conjunto e protestaram para tentar impedir a ação das máquinas. Por volta de 13h30, o oficial de Justiça, Fernando Augusto Rodrigues, chegou ao local com documento assinado pelo Juiz Marco Antônio Castelo Branco, da 2ª vara da Fazenda Pública de Belém, que autorizou a prefeitura a usar força policial para fazer cumprir liminar expedida por ele em 2006 que determina a desobstrução da Tavares Bastos. A ação iniciou pelos fundos do conjunto. Moradores posicionaram quase 20 carros para tentar impedir a ação. Eles se sentaram, lado a lado, fechando uma pista da avenida João Paulo II. Guardas municipais avançaram, usando spray de pimenta e cães, para desobstruir a avenida e viabilizar a ação dos tratores. Por volta de 14h, sob gritos e vaias dos moradores, a escavadeira da empresa contratada começou a derrubada do muro. Treze homens da tropa de choque da Guarda Municipal avançaram marchando com escudos para dentro do conjunto. Às 15h, a guarita da entrada começou a ser demolida. Desesperado, o morador Raul Nascimento, 52 anos, abraçou a grade do portão e só foi retirado com a chegada de três GMs. “Isso aí é uma truculência da prefeitura. A gente tá defendendo a nossa casa”. Nas horas que se seguiram até o término do trabalho de derrubada da guarita, às 18h, idosos, donas-de-casa, crianças, protagonizaram cenas de revolta. Um carro de lanche e uma banca de jogo do bicho, que ficavam na entrada do conjunto, também foram retirados. Oito pessoas trabalhavam no local há quase 20 anos. Por volta de 15h30, os moradores ocuparam a avenida Almirante Barroso. Um ônibus da linha Canarinho Ver-o-Peso aparentou avançar sobre os manifestantes. No meio da confusão, um homem quebrou o para-brisas do veículo com uma perna manca. Um grupo de moradores das ruas vizinhas também protestou, mas contra o conjunto. Além da rua principal, o conjunto do Basa tem oito alamedas, onde moram 160 famílias, reunindo aproximadamente duas mil pessoas. Elas temem a falta de segurança e afirmam que não se acostumarão com uma nova rotina. “Eu tenho medo de tudo”, disse Terezinha Campos, de 70 anos.“Isso não é uma rua. O banco comprou o terreno. Na época, não tinha nem rua atrás. Isso aqui nunca foi continuação da Tavares Bastos, não consta no Plano Diretor Urbano do município”, afirmou Pedro Holanda, diretor da Associação dos Moradores do Conjunto Lamartine Nogueira, nome oficial do conjunto do Basa.A Advogada da associação dos moradores do conjunto, Valéria Fidellis, disse que existe um entendimento de que a via não é pública. “Nós temos a escritura pública da área, onde consta que é privada”. Ela apresentou, ainda ontem à tarde, um requerimento ao Tribunal de Justiça do Estado para suspender a execução da obra. Assim que foram derrubados o muro e a guarita do conjunto, os trabalhadores da prefeitura de Belém entraram em ação com as máquinas para fazer o serviço de nivelamento do solo e limpeza da frente do conjunto. O secretário de Urbanismo, Sérgio Pimentel, declara que a PMB fez apenas acatar a decisão judicial, expedida desde a semana passada. Com essa medida, a prefeitura espera garantir o prolongamento da avenida Tavares Bastos até a avenida João Paulo II. Sérgio Pimentel afirma que tentou todas as formas de acordo com os moradores, sem sucesso. Mas, comenta ele, o que for possível para garantir a segurança para eles no que diz respeito ao trânsito no local, a PMB está disposta a dialogar. “Se eles quiserem sinalização eletrônica ou redutores de velocidades, estamos abertos para conversar”. Além do nivelamento do solo, será feito também o serviço de pavimentação asfáltica no local. A expectativa é de que, no máximo, dentro de 40 dias o tráfego de veículos seja liberado. Com isso, espera-se reduzir também o congestionamento na avenida Almirante Barroso.Por volta das 21h30, o motorista de uma equipe de televisão foi agredido por um morador aparentemente alcoolizado(Diário do Pará)

Dono da Gol tem prisão decretada por homicídio



Réu em processo por homicídio, o empresário Nenê Constantino, dono da Gol companhia aérea, teve sua prisão preventiva decretada pela Justiça. Até o início da noite de ontem, o empresário não tinha sido localizado nos endereços residencial e comercial de Brasília pela Polícia Civil do Distrito Federal. Os advogados de defesa comprometeram-se a contatá-lo para negociar uma apresentação espontânea. Se isso não ocorrer, poderá ser solicitado o auxílio da Polícia Civil de São Paulo, onde o empresário supostamente estaria sob a proteção de amigos.

Na ação, Constantino é acusado de ser o mandante do assassinato do líder comunitário Márcio Leonardo de Sousa Brito, executado com três tiros de revólver em outubro de 2001. Ele liderava um grupo de cerca de 100 pessoas que ocupava o terreno em volta da garagem da viação Planeta, na cidade satélite de Taguatinga, pertencente ao empresário.

A Polícia apurou que dois empregados de Constantino - João Alcides Miranda e Vanderlei Batista Silva -, indiciados como coautores, contrataram um pistoleiro goiano, até agora não capturado, para assassinar o líder, como forma de intimidar os demais ocupantes da área. Antes da execução, o empresário fez ameaças diretas de morte ao líder comunitário, que sofreu agressões e teve o barraco onde vivia incendiado.

Em nota divulgada na ocasião da denúncia, Constantino disse repelir de forma "veemente", o que chamou de "injusta e inverídica acusação". Garantiu também que o inquérito não contém qualquer indício que possa sustentar a acusação e prometeu demonstrar sua inocência ao longo do processo. Hoje ele não foi localizado para comentar o decreto de prisão.

O delegado Luiz Julião Ribeiro, chefe da Divisão de Investigação de Crimes contra a Vida, disse que prisão destina-se a garantir a instrução do processo, uma vez que Constantino teria usado seu poder econômico e político para ameaçar testemunhas e obstruir provas. "Sua atuação nociva ao trabalho da justiça e da polícia está fartamente caracterizada", afirmou( Fonte: Diário do Pará)